40 anos de Botafogo 6x0 Flamengo - Uma festa de gols!
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“Com uma exibição que fez reviver a sua época de ouro, o Botafogo infligiu uma sensacional goleada no Flamengo (6x0), na noite de ontem, no Maracanã, justamente quando o clube da Gáeva, festejava seu 77º ano de fundação. Sem boicote à Fischer, o time alvinegro deu uma aula de futebol.”
Assim estava escrito na capa do Correio da Manhã de 16 de Novembro de 1972.
Quem é atento aos detalhes, já percebeu: 77º aniversário. Com dois números 7 no aniversário, o jogo não poderia ter sido contra o Botafogo. O número 7 é o número da sorte alvinegro.
O resultado já estava escrito nas estrelas, ou melhor, na Estrela Solitária. Noticiava o mesmo Correio da Manhã na última página do sua edição:
“Foi tudo tão fácil para o Botafogo que a goleada foi prevista logo no primeiro gol. Zéquinha, Jair e Fischer jogaram livres.”
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Como vemos, ao ampliarmos a imagem, “O Botafogo fez uma exibição irreparável e já no primeiro tempo vencia por 3x0.”
A mulambada a certa altura do jogo, já havia se mandado do Maracanã. A festa prosseguiria apenas com o convidado. O anfitrião, envergonhado, só podia rezar para que o jogo acabasse logo. Mas ele não acabava. 1, 2, 3, 4, 5, 6... A torcida alvinegra se divertia. Após o sexto gol, a torcida botafoguense gritava ao time para parar. Claro que era apenas gozação, mas gritavam: “Chega”, “Chega”, “Chega”, como informavam as rádios no dia e nos jornais do dia seguinte. Até em São Paulo, a goleada foi noticiada com o pedido da torcida na Folha de São Paulo em 16 de Novembro de 1972:
“Fischer era a maior figura em campo. Quando saiu, para ser poupado, foi consagrado pela torcida que depois dos 6 gols, gritava “chega, chega”. Veja na Folha de São Paulo abaixo, clicando na imagem para ampliar:
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Antes, porém, na década de 50, o time da Gávea ficou 9 jogos seguidos sem ver a cor da vitória. De 27 de Novembro de 1949, até 21 de Junho de 1952, foram 4 empates e 5 derrotas.
Mas existiram diversos outros períodos sem vencer o Botafogo. O time do Flamengo era mesmo uma merda antes de aparecer a Globo e influenciar a todos com suas propagandas enganosas:
Os primeiros 5 jogos da história entre ambos, foram 3 derrotas e 2 empates entre 9 de Março de 1913 à 12 de Outubro de 1914. Mas gostoso mesmo foi o período entre 18 de Agosto de 1929 e 12 de Abril de 1931, quando foram 4 derrotas seguidas, começando com um 5x1 na Rua Paysandu e terminando com outro 5x1 na em General Severiano.
Entre 13 de Março de 1933 e 8 de Agosto de 1937, foram mais 5 partidas sem vencer o Glorioso.
O número 7 é mesmo um número criado só para o Botafogo. As 7 primeiras goleadas do Botafogo contra o esgoto da Gávea, foram em um período de 7 anos. Entre 29 de Junho de 1924 e 13 de Marçol de 1932, passaram 7 anos e 8 meses, e 7 goleadas:
5x0, 5x3, 9x2, 5x3, 5x1, 5x1 e 7x1.
Sabe lá o que é ficar 6 anos e 5 meses e vencer só uma partidinha? Pois é. De Março de 1932 à Setembro de 1938 foi apenas uma vitória em 11 jogos.
A década de 40 teve mais. De 24 de Novembro de 1940 à 21 de Junho de 1942, o Botafogo não perdeu nenhuma partida. De 26 de Agosto de 1945 à 18 de Agosto de 1946, mais 6 jogos sem ser derrotado pelo time dos presidiários.
A história desse confronto, tem certas coisas que você, torcedor comum, nunca ficaria sabendo se não fosse o AQIPOSSA. Num período de 6 anos e 8 meses, o alvinegro surrou o time do Flamerda com incríveis 17 vitórias em 28 jogos, foram apenas 7 vitórias do Flamengo, que nesse período levou sonoras 8 goleadas:
6x2, 4x2, 5x2, 6x4, 4x2, 5x3, 4x2 e 4x2. Após essa última goleada, o time dos juízes de futebol, ficaria ainda mais 1 ano e meio sem vencer o Botafogo.
Na década de 60, o Botafogo só goleou duas vezes, mas...
Foram 42 jogos, e metade deles, 21 jogos, foram vitórias alvinegras. Mais 12 empates e portanto, apenas 9 vitórias do esgoto. Não é possível que haja gente que acredite que levar 10 anos e vencer apenas 9 jogos e apanhar 21 vezes, seja coisa de time de grande.
Nessa década, o time de Roberto Marinho começava a criar no próprio Roberto Marinho, o gosto amargo de “perder”. É bem provável que tenha sido o Botafogo o motivo da existência da FlaPress, pois nenhum outro time de futebol, surrou tanto o Flamerda como o time de Garrincha. Era “bicho certo”, como dizia Manga, eterno goleiro do Botafogo.
Roberto Marinho provavelmente elaborou seu plano de criar a maior mentira do futebol do planeta, num dos 3 períodos que seu time, o Flamerda, ficou sem vencer o Botafogo na década de 60:
1 – 14 de Março de 1962 à 3 de Março de 1963 – 4 jogos e 4 derrotas.
2 – 13 de Dezembro de 1963 à 22 de Agosto de 1965 – 5 jogos sem vencer.
3 – 29 de Julho de 1967 à 20 de Abril de 1969 – 9 jogos sem vencer e no meio, 5 derrotas seguidas.
Esse era o Flamerda de antes da imprensa pressionar os militares e criarem a farsa que hoje se chama Flamengo.
Assim retratou o Correio da Manhã, em 16 de Novembro de 1972, que também estampou em sua página de esportes, o gol de Fischer, que assim descreveu, na imagem acima:
“Um gol que só os grandes sabem fazer: Botafogo 2 a 0. Fischer.”
Mas ainda diziam mais sobre o jogo daquela data que a FlaPress estava tentando fazer você não saber que existiu.
“A festa do alvinegro acompanhou a regra do jogo: três gols em cada período. Jairzinho e Fischer (2) nos primeiros 45 minutos; Jairzinho (2) e Ferreti na etapa final. Um, dois, três, quatro, cinco, seis: a torcida do Botafogo não parava de gritar gol e no final a grande gozação foi gritar “Chega”, “chega”, “chega””
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“Desde o momento que Carlos Roberto perdeu o primeiro gol aos 2 minutos, caracterizou-se o ritmo do espetáculo. O Botafogo brigava pela bola em todos os cantos.”
“José Assis Aragão foi um bom juiz, principalmente se se considerar o crescente nervosismo que foi se apossando dos jogadores do Flamengo a cada gol alvinegro.”
“Botafogo 5x0 (38 minutos do 2º tempo) – Mais uma jogada de Zequinha, cruzamento rasteiro e picardia de Jairzinho na conclusão de calcanhar.”
“...festa do alvinegro”, “...a torcida do Botafogo não parava de gritar gol”, “...a grande gozação foi gritar “Chega”, “chega”, “chega”, “...ritmo do espetáculo”, “...nervosismo dos jogadores do Flamengo a cada gol alvinegro”, “...picardia de Jairzinho na conclusão de calcanhar.”
Acima, coisas que você não leria nunca nos jornais da FlaPress, nem muito menos no site da Globo, mas como naquela época, os jornais estavam muito mais interessados em passar a informação verdadeira, essas descrições foram usadas.
O Diário de Notícias, jornal da época, também mostrou-se perplexo com o resultado:
“O Rio anoiteceu triste, ontem. Tudo começou nos 16 minutos do primeiro tempo do jogo Botafogo e Flamengo, quando Jairzinho fez 1 a 0. E a coisa foi num crescendo de perplexidade até os inacreditáveis 6 a 0 finais. Foi um presente de grego do Botafogo no dia do 77º aniversário do Flamengo.”
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A pergunta é: Jairzinho fez de letra o quinto gol do jogo porque estava fácil demais, ou porque a torcida botafoguense merecia um presente mais que o aniversariante do dia?
O Jornal do Brasil, sempre imparcial, também estampava a festa alvinegra.
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“Dia de aniversário não tem sido uma data feliz para o Flamengo.”
“Nos últimos 8 anos, por exemplo, o Flamengo perdeu duas vezes para o Bangu (2 a 0 em 1964 e 3 a 0 em 1965), duas para o Internacional (4 a 0 em 1968, e 3 a 0 ano passado), para o Atlético mineiro (2 a 1, em 1966), para o Bahia (1 a 0 em 1970) e empatou com o América carioca, por duas vezes, ambas em 1 a 1, em 1967 e 1969.”
Sabe lá o que é ficar 8 anos sem ter uma vitória nos jogos no dia do aniversário ou na véspera dele? E sabe lá o que é achar que no nono ano de espera, vai levar uma sonora goleada com direito a gol de letra e gozação dos adversários?
Sabe lá o que faz o Flamenguista gostar de sofrer?
“Nos seus jogos de aniversário, o Flamengo tem sido vítima de gols de rara beleza, como o quinto marcado ontem por Jairzinho para o Botafogo. Gols que ficaram na memória do torcedor. Gols feitos por Pelé, (1961, Flamengo 1 x 1 Santos), Parada (1964, Flamengo 0 x 2 Bangu), Sarão, (1967, Flamengo 1 x 1 América) e, principalmente, por Paulo Borges do Bangu.
No jogo Flamengo 0 x 3 Bangu, em 1965, pelo Campeonato Carioca, os três gols foram marcados por Paulo Borges. O jogo foi assistido pelo Rei Balduino e pela Rainha Fabíola, da Bélgica. No último gol, Paulo Borges recebeu um lançamento longo de Roberto Pinto, quase no bico da pequena área. Deu um lençol em Ditão para a esquerda. O zagueiro escurregou e caiu no lance, proporcionando a Paulo Borges, outro lençol, para a perna direita, com a qual completou para as redes quando Valdomiro deixava a meta.”
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“Consta que, ao desembarcar em Bruxelas, de volta ao seu país, o Rei Balduino teria declarado à imprensa, no aeroporto: - “A coisa mais bonita que vi no Brasil, foi o gol do Paulo Borges contra o Flamengo, no Maracanã.””
O AQIPOSSA lembra a todos os leitores, que todas as citações grafadas em itálico, são transcrições dos jornais, onde o leitor pode clicar, em qualquer das imagens para ampliar e ler por si mesmos, que o AQIPOSSA está repassando notícias verdadeiras. Aqui não tem FlaPress, como naquela época, que ainda ela, não estava tão forte.
Uma festas de gols...
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As palavras de Nogueira, são semelhantes com o que descreve o próprio Jornal do Brasil na história do jogo: “Fla Perdido”.
“Bem colocada em seu campo, a defesa do Botafogo neutralizou um ataque do Flamengo e a bola foi a Nei, que imediatamente passou a Jairzinho. O ponta-de-lança investiu com a bola dominada, passou por Tinho, por Chiquinho e deixou Zequinha livre, na área. O ponta, em vez de chutar, preferiu centrar pelo alto. Fischer acompanhava a jogada e, sem deixar a bola tocar no chão, emendou de primeira, num gol sensacional. Botafogo 2 a 0. À esta altura, o o Flamengo era um time totalmente perdido, errando passes primários.”
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Armando Nogueira ainda completou sua coluna assim:
“Foi uma tarde de graça para o time do Botafogo, dessas tardes em que tudo dá certo. Sabe, leitor: aquela inspiração que não falha em nada, nem no chute, nem no drible, nem no rebote, nem no passe? Pois foi nesse estado de santificação que o time do Botafogo, aproveitando a encabulação crescente do rival, cravou-lhe uma terrível goleada à qual não faltou sequer o requinte de um gol de letra de Jairzinho.”Aplausos para Fischer.
“Sob intensa manifestação da torcida, que gritou d e m o r a d a m e n t e o seu nome, Fischer saiu aos 37 minutos. Leônidas quis poupá-lo e mandou Ferreti entrar.
Três minutos depois, o gol mais bonito: Zequinha foi à linha de fundo, após driblar Mineiro, e centrou para a área. Jairzinho estava de costas para o gol, mas deu um toque de letra e a bola foi às redes devagar, para desespero de Renato.”
Zico estava no jogo!
Zico ficou no banco de reservas o jogo todo. Não foi aproveitado. Se Zico já declarara que o Botafogo o fazia chorar devido às derrotas seguidas que ele via o Botafogo impor ao Flabosta, tanto ele, quanto a FlaPress “negligenciaram a informação de que na maior delas, Zico estava no jogo. Listado, mas não aproveitado, foi relacionado e provavelmente chorava ao ver de dentro do estádio, o estrume de seu time de coração, ser goleado impiedosamente pelo time que mais humilhou o Flamengo na história da Gávea. Vejam a prova na declaração de Zagalo, então técnico do Flamengo nesse jogo. Zagalo tentava falar sobre os motivos da goleada:
“Reconheço que a goleada foi humilhante, mas acontece. Criticar é fácil. (...) Tirei o Zanata porque ele estava “psicologicamente abatido e com seu contrato terminado.” Não coloquei o Zico porque ele é muito jovem.”
Fontes:
Jornal Correio da Manhã
Jornal do Brasil
Jornal Folha de São Paulo
Jornal Diário de Notícias
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