Data da publicação: terça-feira, 24 de abril de 2012
Postado por Aqipossa Informativo
Carta a um amigo vascaíno
Caro amigo vascaíno,
Parece-me que um de nossos amigos em comum desapareceu. Estou preocupadíssimo com esse sumiço. E acho que você também deve estar preocupado. Ele não é assim ninguém que se deva levar à sério, pois nem conta de matemática sabe fazer. Por exemplo, ele achava que três era quatro, quatro era cinco e agora acha que cinco é seis.
Ele tomava remédios fortes para segurar a mente no mundo normal, mas era difícil, sabe? Os remédios tinham que ser tomados regularmente e em grande quantidade. Mas bastava ele ouvir falar as palavras Elvis, Cocada, Barriga, Universidade, gordinho e chuveiro Lorenzetti, que ele parava de tomar os medicamentos.
Ele havia tirado férias recentemente, mas me garantiram com todas as garantias possíveis que podiam me dar, que ele estava de férias novamente. Isso é sério? Ele tem quantas férias por ano? Sabe me dizer? Mas se ele não estiver de férias, o que poderá ter ocorrido com nosso amigo, o Dr. Marrento?
Sim... É do Dr. Marrento mesmo, que estou falando. Ele mesmo, que no passado trabalhou para o AQIP na época que a mulambada tinha vez aqui...
Fiquei sabendo que ele havia participado, por ser médico, de algumas conferências pelo Equador, Argentina, Bolívia e Paraguai. Ele estava participando de alguma coisa... Mas apenas participando, sabe? Ele não levaria nada de bom desses lugares.
Pelo que me foi passado, na Bolívia, passou por problemas técnicos, pois confundiu o dinheiro de lá com o nosso, só porque ouviu falar em Real Potosì, mas depois desfez a confusão.
Lanús terrenos argentinos, sofreu com um pessoal lá que ninguém conhecia. Humilhado, voltou correndo mas parou no meio do caminho.
No Paraguai virou motivo de Olim-piada do povo de lá. Parece que ele afirmava que do Paraguai só vinha coisa falsificada, mas levou 11 camisas que não valiam mais que meia pataca. Era falsidade ideológica, pois entre essas camisas, dizia haver uma que era a melhor do mundo, mas na verdade era uma falsificação grotesca.
Ele então resolveu fugir disso tudo, subindo no lugar mais alto que encontrasse. O destino eram as montanhas do Equador. Mas descobriu que no Equador é mais forte. Muita gente por lá não o levava à sério. Não o consideravam nem um adulto, por conta de já não tomar os remédios e porque agia como criança. Diziam pra ele: "Tú Emolec, tú Émolec...
De fato, teve que sair correndo de lá quando um deles o pegou com o dedo no nariz e esfregando nos muros da cidade. Gritaram: "Que isso, mulambo?" E ele respondia já fujindo: "Emeleca, Emeleca..."
De lá pra cá, tropeçou no caminho e despencou do alto de uma Colina. Como não foi a primeira vez que não conseguiu passar por essa mesma Colina, envergonhou-se e ninguém mais o viu. Disseram que era pra eu procurar pelos hospitais, delegacias, manicômios e em último caso, temendo pelo pior, procurar em necrotérios e na praia, pois ele podia ter morrido por lá...
Espero que ele não fique assim sumido desse jeito. Estou preocupadíssimo com ele. Que tal irmos procurá-lo, amigo vascaíno? Ou você acha melhor darmos um prazo para ele retornar? Se ele não aparecer até dia 20 de Maio, nem que seja lá em Recife, a gente vai atrás dele. Certo?
Acreditando que nada mais tenha a dizer, me despeço de você amigo vascaíno, certo também que se tiver novidades sobre nosso amigo, você me mandará notícias.
Um abraço, e nos veremos pessoalmente dia 29 de Abril em Engenho de Dentro, até porque, não estamos de férias...
Ass. Mauro Axlace.
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