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Data da publicação: sábado, 16 de julho de 2011
Postado por Aqipossa Informativo

Investidor, fique longe do futebol


Motivos para o investidor institucional ficar longe do mundo do futebol.

Quem deu dica foi o leitor do AQIP Luiz Almeida, andando pelo Blog do Xico Malta. O AQIP vai fazer um resumo e você pode ler a matéria completa em:

http://www.blogdagovernanca.com/2011/07/motivos-para-o-investidor-institucional.html

Sexta-feira, 8 de julho de 2011 (...) Certamente a leitura de inúmeras matérias na imprensa que jogam cinzas vulcânicas sobre o mundo da bola, mas principalmente uma conversa que tive com um renomado ex-atleta e ex-dirigente.

O mercado do futebol, movido pelas paixões de milhões de torcedores mundo afora, chama a atenção pelas milionárias cifras “envolvidas”. Entre aspas, pois a completa falta de transparência não nos permite confirmar certas notícias de jornal, como por exemplo, o salário mensal de R$ 1,2 milhão para o jovem jogador nascido nos pampas que aterrissou nas praias cariocas em sua fase pré-aposentadoria (...). Mas, dizem as más línguas, boa parte do pagamento mensal seria “suportado” pela empresa patrocinadora do clube (abre parênteses: o presidente da empresa patrocinadora é torcedor fanático do mesmo clube >> zero de conflito de interesses...) e feito diretamente, acreditem, para uma ONG criada pelo atleta... (...) o clube em questão é o campeão de dívidas no Brasil (mais de R$ 300 milhões), sendo boa parte pela falta de pagamento de encargos retidos (INSS e IR) e dívidas trabalhistas. Aprendi nas aulas de Contabilidade Tributária que não recolher INSS e IR retidos na fonte é crime... (...)

Quando era dirigente de um importante investidor institucional (fundo de pensão) tive a oportunidade de conversar informalmente com o presidente de um clube carioca que estava sondando o mercado para, quem sabe um dia, transformar o seu clube em uma S/A. (...) mas infelizmente ele não conseguiu responder meu 1º questionamento: considerando que a formação da 1ª linha do fluxo de caixa é conhecida (...), é possível auditar a principal linha de saída de caixa – a folha de pagamento de salários dos jogadores e comissão técnica, com as respectivas guias de recolhimento de IR, INSS, etc.? Mais precisamente, consigo ler o contracheque (holerite em Sampa) do principal jogador do clube, apelidado carinhosamente pela própria torcida de “chinelinho de ouro” (passava mais tempo de chinelo no departamento médico do clube do que jogando), que dizem, ganha R$ 250 mil/mês? Diante da falta de respostas, passei a falar um pouco sobre governança corporativa (transparência, prestação de contas, etc.) (...)

(...) um caso recente que envolveu um técnico top-10 (daqueles que já atuaram no exterior e comandaram a seleção brasileira – diz a imprensa invejosa que ganha acima de R$ 700 mil/mês). Ao ter uma dívida executada judicialmente, de aproximadamente R$ 800 mil, a execução não pode ser feita por não existir um único bem em seu nome – o juiz mandou então o oficial de justiça arrestar qualquer objeto dentro do imóvel ocupado pelo vaidoso técnico, com a orientação de deixar somente a geladeira, o fogão e uma TV.... O mais intrigante é que, dias depois, a imprensa noticiou que o mesmo profissional havia emprestado um avião de sua propriedade para uma rápida viagem de jogador do seu time. Gostaria de saber, diante dos fatos, como o clube credita mensalmente o salário do refinado técnico prêt-à-porter? Será que paga em espécie, com a arrecadação da bilheteria do jogo? Ou será que o salário é pago por terceiros, sabe-se lá em qual conta-corrente? Quem sabe existe uma ONGuizinha no esquema? (...)

Em outra matéria, o jornal Folha de São Paulo de 18/6 usa os termos “roubo” e “agiotagem” para descrever a turbulenta relação entre um importante clube paulista, seu técnico, jogadores e investidores (...) Reguladores? Não vale a pena perder tempo falando das entidades que regulam o esporte (FIFA e CBF*), uma vez que as dúvidas sobre a legalidade das atividades das mesmas (notícias de subornos, desvios, etc.) foram resolvidas com a assinatura de angelicais “termos de compromisso” com a justiça da Suíça (...) E nesse caso a regra é clara: sem confissão de culpa, fica o dito pelo não dito.

Vale registrar ainda que, em recente matéria publicada na Revista Piauí, o dirigente todo poderoso e pachorrento do nosso futebol classificou a imprensa brasileira como "vagabunda" e disse estar "cagando" para as denúncias com a seguinte afirmação: "Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF?" (...)

(...) a definição dos salários nababescos é feita com base nos resultados passados dos profissionais, pela fama conquistada (talvez um pouco pela perspectiva de arrecadação com propaganda). Às vezes nem a condição física do atleta pesa na decisão de contratação. E zero de remuneração baseada em sucesso: jogou bem, mas não ganhou nenhum título – R$ 1,2 Milhões na conta por mês; jogou mal e foi rebaixado para a série B – R$ 1,2 Milhões na conta por mês; jogou mal porque foi para a balada com jovens popozudas na noite carioca – R$ 1,2 Milhões na conta por mês.... Definitivamente tem algo errado nesse modelo de gestão.

(...) Renato Chaves

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