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Data da publicação: quarta-feira, 26 de maio de 2010
Postado por Aqipossa Informativo

Jaguaré


Nome: Jaguaré Bezerra de Vasconcelos (JAGUARÉ)
Nascimento: 14/7/1905, Rio de Janeiro - Falecimento: 27/10/1940, Santo Anastácio (SP)

Com suas maravilhosas defesas, ele irritava os adversários. Com suas molecagens, ele ganhava todas as torcidas. Foi ídolo do Vasco, e um dia, trocou o futebol brasileiro pela Europa. Lá, seu gênio brincalhão não mereceu tantos aplausos. Quando voltou, estava sem um tostão, e teve um triste fim. Estivador por necessidade e goleiro por vocação, Jaguaré foi o primeiro jogador brasileiro a cortejar a publicidade. Durante os anos que defendeu o Vasco da Gama, e mesmo depois de sua transferência para a Europa, sempre foi noticias nos jornais. Os jornais inventavam muito coisa sobre Jaguaré. Mas, ele era um bom sujeito, uma criança crescida. Antes de chegar ao Vasco, Jaguaré carregava sacos de farinha no Moinho Inglês.

No primeiro treino ele abafou. Tinha a auto confiança dos que realmente sabiam o que queriam. O técnico Welfare implicou com o desleixado Jaguaré, mas terminou aceitando o goleiro como ele realmente era, relaxado, moleque, brincalhão e genial no gol. Não demorou muito, Jaguaré tinha uma legião de fãs. A cada partida inventava uma jogada nova, sempre para desmoralizar o adversário. Torcedores lembram que num jogo Vasco e Bangú, Jaguaré havia prometido que iria driblar Ladislau que já entrou em campo irritado. Na primeira jogada, o goleiro deu um tapinha na bola encobrindo Ladislau, e quando o atacante virou o corpo, Jaguaré deu outro lençol e saiu girando a bola na ponta do dedo.

Contra o América, Jaguaré quase mata Alfredinho de raiva. Primeiro defendeu um chute do atacante americano somente com uma das mãos. Depois atirou a bola na cabeça de Alfredinho para fazer nova defesa. Com tantas molecagens, nada mais natural que os estádios enchessem. No livro de Mário Filho “Romance do Futebol Brasileiro”, muitos são os casos contados pelo falecido jornalista. O Vasco da Gama foi o campeão carioca de 1929. Como prêmio, o time realizou uma temporada em Portugal. Jaguaré ficou encantado com o profissionalismo. Terminou ficando pela Europa, junto com Fausto dos Santos, jogando no Barcelona, para depois se transferir para o futebol francês. De vez em quando, aparecia no Brasil e era um sucesso. Um dia, anunciou que iria treinar no Vasco. São Januário encheu. Jaguaré apareceu de terno branco e chapéu chile pendido de lado. Trocou de roupa e ficou igualzinho a um goleiro europeu, de boné e luvas. Foi o primeiro goleiro brasileiro a usar luvas.

Na Europa, as molecagens que fazia no Brasil não eram aceitam. Num jogo pela Copa da França, contra o Racing, fez uma defesa de bicicleta. Não foi mandado embora porque o Olimpique venceu. Na Inglaterra, depois de uma defesa, atirou a bola na cabeça do adversário. O juiz parou o jogo, chamou o capitão do Olimpique para adverti-lo que não iria admitir outra jogada como aquela, e puniu o time francês com um tiro livre indireto. Um dia, Jaguaré voltou ao Brasil para ficar. Voltou com medo da guerra. Chegou sem um tostão. O dinheiro que ganhou, e não foi pouco, gastou tudo pelas esquinas da vida. Voltou a ser estivador e quando falava do seu passado, todos riam e não acreditavam em Jaguaré. Depois, desapareceu. Sabe-se que foi para a cidade de Santo Anastácio no Oeste paulista. Em 1940, Jaguaré voltou a ser noticia dos jornais. Em um canto de página policial, estava a noticia de que o antigo goleiro do Vasco, Jaguaré, tinha se envolvido em uma briga com policiais, que o espancaram até a morte. Jaguaré foi enterrado com indigente.

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