A maioria é sempre burra e protegida
Existe uma verdadeira overdose de cobertura de tudo o que acontece no rubro-negro carioca, vindo o alvinegro paulista logo em seguida. No último sábado, depois de um “clássico” contra o Coritiba (PR), no Rio de Janeiro, em que o Flamengo aplicou uma estrondosa goleada de 1 x 0, gol do “espetacular” Jael após cruzamento do extra-planetário Ronaldinho Gaúcho nos minutos finais da partida, o Jornal Nacional mostrou o feito do novo líder do Campeonato Brasileiro. Na manhã de domingo, tome matéria sobre a vitória flamenguista no Esporte Espetacular. À noite, o Fantástico abriu exceção, mostrando os gols de sábado, quando, normalmente, só apresenta as jogadas de domingo. Na segunda, lá está o Flamengo novamente no Bom Dia Brasil, no Globo Esporte e, para não perder o hábito, mais uma vez no JN. É mole, ou quer mais?
Então, toma. Vire o canal para o SporTV. Ali, os comandados de Galvão Bueno – que mesmo ausente, é o responsável pelo Bem Amigos, um debate esportivo nas noites de segundas-feiras. Renato Maurício Prado (editor de O Globo), Paulo César de Oliveira e Arnaldo César Coelho, todos rubro-negros assumidos, são figuras carimbadas no programa – sem contar os enrustidos e os eventuais, como os ex-jogadores Caio e Júnior. E o Flamengo, claro, é o centro das atenções. Os outros times, quando analisados, em geral são mostrados muito mais pelas suas deficiências do que pelos méritos. Ronaldinho é tratado como merecedor de uma nova oportunidade na Seleção Brasileira, embora, aos 31 anos – terá quase 35 na Copa de 2014 – não tenha o perfil da renovação anunciada pelo treinador Mano Menezes. E seus coadjuvantes não são esquecidos – o goleiro Felipe, o “demolidor” Willians e o craque Thiago Neves, que, pouco tempo atrás, no Fluminense, ficava muito longe desta classificação. Agora surge Jael, “o cruel”, que saiu do banco de reservas para detonar o Coritiba, numa estratégia genial do Wanderley Luxemburgo, desde já candidato a tomar o posto de Mano Menezes, caso a Seleção não obtenha resultados mais expressivos, doravante.
A dobradinha do sistema Globo com o time da Gávea – que levou até o presidente Barack Obama para uma “baldeação” no campo de treino para receber uma camisa da presidente Patrícia Amorim – em breve dará origem ao Clube de Regatas FlamenGlobo. E os demais times do Rio de Janeiro terão que se contentar em fazer figuração para as grandes conquistas rubro-negras. E quando nenhum deles tiver mais forças para fazer frente a este massacre de marketing e de poder econômico, restará ao carioca a ponte aérea, a Via Dutra ou o futuro trem-bala para assistir ao único clássico que restará no Brasil – Flamengo x Corinthians, no Itaquerão, que, sem dúvida, ficará pronto em tempo recorde com despesas pagas pelo nosso sagrado dinheiro arrecadado pelos impostos. (complete sua leitura com Olha só o que você fez e veja se o AQIP já não fala sobre isso)
Vai dar saudade do Nelson Rodrigues, grande tricolor. Ele nos ensinou que unanimidade rima com burrice.
Fonte original: http://www.bsbcapital.com.br
Divulgue esse artigo