Data da publicação: sábado, 27 de novembro de 2010
Postado por Aqipossa Informativo
Filtração - Básico - Continuação
Veja a primeira parte dessa matéria em:
http://aqipossa.blogspot.com/2010/11/filtracao-basico.html
Filtração Química
Filtração Química é a remoção de substâncias dissolvidas na água do aquário a nível molecular. Estas substâncias, quanto à sua natureza, podem ser polarizadas (íons) e não polarizadas (moléculas). O método mais empregado para este tipo de filtração consiste em passar a água por uma camada de Carvão Ativado (CA), que é mais eficiente para a remoção de moléculas, mas que funciona também com alguns íons.
O CA pode conter elevados níveis de fosfato (nas cinzas internas), que poderá ser dissolvido na água do aquário. Isso é particularmente nocivo ao aquarismo marinho, mas também não é bom para os aquários de água doce. Portanto, ao adquirirmos CA deveremos dar preferência aos especificamente produzidos para utilização em aquários.
Este problema pode ser diminuído fazendo-se a imersão prévia do CA em água limpa (renovada), algum tempo antes de sua utilização (2 a 3 semanas). Com isso estaremos fazendo uma dissolução prévia do fosfato e outros materiais, porventura existentes, atenuando seus efeitos.
Existe por parte de alguns aquaristas uma preocupação em relação à adsorção pelo CA de nutrientes minerais vitais requeridos pelo ecossistema do aquário. Ocorre que o esgotamento de nutrientes minerais é algo que ocorrerá tanto em aquários plantados como em aquários marinhos pelo consumo dos organismos vivos, e isso ocorrerá com ou sem a presença do CA no sistema. Considera-se que os ganhos proporcionados por sua utilização são suficientemente grandes em relação aos “prejuízos”, para justificar plenamente sua utilização.
A utilização do CA deve ser suspensa enquanto estivermos administrando algum medicamento, adubação química, etc., na água, pois o CA poderá absorver da água os remédios ou alguns produtos químicos de maneira seletiva, prejudicando os resultados pretendidos.
Felizmente o custo do CA é suficientemente reduzido, possibilitando-nos usá-lo em quantidades razoáveis. É recomendável lavar bem o carvão antes de utilizá-lo, para remover o pó que sempre se acumula em sua superfície.
Quanto de CA utilizar é uma recomendação difícil de ser feita, mas se verifica que a utilização de quantidades menores, com trocas mais freqüentes funciona melhor do que o oposto. Como ponto de partida, experimente usar 250 ml (1 copo de requeijão) para cada 150 litros de água, fazendo trocas mensais do CA. Não se deve utilizar carvão comum (vegetal ou animal) em substituição ao Carvão Ativado.
Além do CA, diversos outros materiais foram desenvolvidos para a filtragem química. Um deles é a argila de zeolita, capaz de remover amônia da água. Útil para emprego por curtos períodos, pode se tornar prejudicial a longo prazo. Interfere também na ciclagem de aquários novos, impedindo a formação das colônias de bactérias.
Outro tipo de substância, relativamente recente, que pode ser utilizada para a filtração química é a Resina Deionizadora, formada por materiais (há diversos tipos), que possuem a capacidade de retirar (absorver) íons dissolvidos na água. São bastante eficientes, mas possuem atualmente custos bem mais elevados do que o CA, possuindo, porém, em alguns casos, a capacidade de absorver substâncias sobre as quais o CA não tem capacidade de adsorção.
Ordem das Seções na Filtração
Foi dito anteriormente que a ordem de filtração é normalmente feita com a seção de filtração física posicionada em primeiro lugar em relação ao fluxo de água. Isso não é absolutamente verdadeiro, pois há sistemas de filtração (inclusive comerciais), em que a ordem das seções filtrantes é diferente, por exemplo, com a seção responsável pela filtração biológica posicionada no início do percurso da água a ser filtrada.
Há defensores de diferentes métodos, baseados em diferentes motivos. O interessante e importante é que todos os métodos funcionem bem, havendo com certeza outros mais que poderão ser utilizados com bons resultados.
Observe que, além das três categorias de filtração acima (física, biológica e química), outras seções complementares poderão ser adicionadas a um filtro em operação, conforme a necessidade e desde que a sua configuração física assim o permita, por exemplo, uma seção contendo material alcalinizante poderia ser incorporada temporariamente em aquários que estejam necessitando deste tipo de correção.
Outra seção que poderia ser útil são as fibras de xaxim, turfa ou similares, que tem a ação de acidificar levemente a água, com um efeito “envelhecedor” adicional.
Há uma grande diversidade de materiais filtrantes e auxiliares disponíveis e eles podem ser usados de várias maneiras para atingirmos os objetivos desejados. Poderíamos por exemplo, compor um filtro destinado ao tratamento preliminar da água da torneira, dispensando (ou complementando) a utilização dos produtos químicos normalmente usados para essa finalidade.
Fluxo da Filtração
Recomenda-se como parâmetro geral para o fluxo de circulação da água pelos filtros, um fluxo horário de 5 a 10 vezes a capacidade bruta do aquário (litros/hora). Estes valores são recomendáveis como referências iniciais seguras, particularmente para filtros do tipo externo de pendurar (power filters), cuja capacidade em termos de quantidade de mídia filtrante é pequena em comparação com outros tipos de filtro. Para outros tipos de filtro (canister, dry-wet, etc.) o fluxo de água ideal poderá variar conforme o caso, pois sua maior capacidade em termos de mídia pode compensar com sobras uma eventual redução no fluxo de água.
Avaliando criteriosamente o comportamento de um setup estabilizado poderemos sintonizar melhor sua filtração em função de suas características específicas.
Fonte:
Em http://www.aquahobby.com