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Data da publicação: quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Postado por Aqipossa Informativo

Década de 1900


Extraído de http://www.semprevasco.com.br

Estréia da Vascaína e do Almirante Vasco da Gama.

Novos barcos são incorporados a flotilha, então muito desfalcada pela cisão do ano anterior. Pelos problemas enfrentados, o Vasco mais uma vez não competiu efetivamente pelo campeonato de remo, mas mesmo assim foi conquistada a segunda vitória da história do clube com a “Visão, no terceiro páreo da primeira Regata de 1900. Nessa mesma regata estreava a baleeira “Vascaína” que entraria para a história do clube de forma trágica dois anos depois.

O quinto presidente, Leandro Augusto Martins, é eleito em 26 de agosto de 1900, continuando a reconstrução do clube iniciada pelo seu antecessor e com planos de instalar energia elétrica na sede vascaína, até então iluminada por lampiões de querosene. No dia da sua posse, é colocada a primeira figura do Almirante Vasco da Gama em uma sede do clube de que é patrono: um retrato pintado e oferecido pelo sócio João Rodrigues de Oliveira. Também neste dia é concedido ao idealizador Henrique Monteiro o primeiro título de sócio honorário do Vasco.

A segunda dissidência - 1901

Mal havia o clube começado a se recuperar de uma grave crise, outra surge para abalar aquele Vasco que acabara de completar dois anos de vida. Em 23 de dezembro de 1900, atendendo a convocação do presidente, a Assembléia Geral se reúne para analisar uma mudança estatutária. Queria Leandro Martins que os cargos da diretoria diminuíssem, o motivo alegado era que os muitos cargos traziam muitas opiniões divergentes e isso engessava a administração vascaína. Uma minoria de oposição, porém barulhenta, se coloca contra esta medida. São voto vencido e a Assembléia elege uma nova diretoria, sugerida por Leandro Martins, já sem os cargos que haviam sido motivo da discórdia.

O grupo opositor passa a conspirar fora do clube e, utilizando uma norma estatutária, em fevereiro de 1901 consegue o total de assinaturas necessárias para a convocação de uma nova assembléia. Nesta reunião, a oposição sugere que um alienígena do Vasco, um delegado de polícia, presidisse a assembléia que por fim, acabou destituindo a anterior diretoria eleita, com o poder do clube sendo dado a três opositores até uma nova eleição.

A diretoria de Leandro Martins se nega a reconhecer a validade dessa assembléia e não libera os documentos do clube, além de entrar na justiça contra a oposição. Esta faz o mesmo e ambos os grupos conseguem decisões favoráveis a eles, criando um conflito jurídico. No final desta briga, onde diversos corpos estranhos ao Vasco quiseram comandar o clube, prevaleceu a tese da ilegalidade da Assembléia do Delegado e os conflitantes chegaram a um acordo, que dentre outras coisas previa que a diretoria seja formada com todos os cargos que Leandro Martins ambicionava diminuir. Ou seja, nada mudou.

Infelizmente o grupo insatisfeito abandona o Vasco, se juntando ao Internacional de Regatas. Alguns eram homens que contribuíram muito com clube no seu começo, o remador e técnico José Lopes de Freitas estava entre eles, mas que agora desferiam um golpe quase mortal no Vasco. Também dessa vez, como na dissidência anterior, os desertores levaram quase todos os barcos. O presidente Leandro Martins, mesmo vitorioso, acusa o golpe e passa a ser ausente no clube. Para piorar, na regata de junho, uma guarnição inteira é punida com uma regata de suspensão. Diante dessa crise, o Vasco desiste de participar da prova do campeonato de 1901. O inferno astral vascaíno demoraria a passar. Na foto abaixo, os remadores vascaínos em uma regata interna.

O ano do luto - 1902

Em um dos poucos momentos positivos de 1901, o ex-presidente Francisco Couto voltara a freqüentar o clube e novamente se elegia para o cargo máximo, em uma eleição sem oposição, no dia 13 de agosto. Porém é breve o seu período na presidência: em março de 1902 Francisco Couto morre e o clube se cobre de luto por três dias. Em maio, uma nova tragédia se abate sobre o clube e que ficou marcada como a pior da história do Vasco: a baleeira “”Vascaína”, em uma viagem de lazer até Niterói, vira e o mar agitado engole 4 de seus 13 tripulantes, entre eles o fundador e a época secretário Luiz Jacinto Ferreira de Carvalho.

O Vasco continua - 1902

O campeonato de remo de 1902 marcou a estréia das yoles, que viriam a substituir as obsoletas baleeiras. Como o Vasco ainda não tinha esse novo tipo de barco, não foi dessa vez que o clube pôde disputar a prova que valia o campeonato. Mas o remo não podia parar. Ainda a época da primeira dissidência, pairava sobre o clube o temor que as crises enfrentadas pelo Vasco o fariam ser afastado da União de Regatas, então para mostrar que ainda estava vivo, em 1901 decidiu-se por patrocinar uma regata do campeonato de remo do ano seguinte, o que significava na prática ficar responsável por todas as despesas dela resultantes.

Um esforço sobre humano para um clube que estava tão abalado naquele momento. Porém houve uma época em que quando o Vasco precisava, os sócios cerravam fileiras e financiavam o clube. E assim foi feito na regata de outubro de 1902, que o Flamengo tinha desistido de patrocinar. Um sucesso total, não pela quantidade de vitórias, mas pela constatação da capacidade do clube perante a União e aos adversários. O Vasco seguia firme, rumo a glória.

Como já era tradição nesses primeiros anos, na assembléia geral de novembro seis diretores renunciam. Dessa vez o motivo, muito “relevante”, foi o serviço de buffet oferecido por um sócio na regata que o Vasco patrocinou. Abaixo o troféu oferecido pelo Natação e Regatas em homenagem ao quarto aniversário do clube.

A preparação para a vitória - 1903/04

Conforme visto, as baleeiras estavam ultrapassadas e a yole, barco usado nas regatas européias, chegava para tomar seu lugar. Para se equiparar aos outros clubes e disputar o campeonato de remo, precisava o Vasco adquirir toda uma nova flotilha. Então mais uma vez os sócios atenderam ao chamado do clube e os novos barcos foram encomendados. Em outubro de 1903, em regata oficial patrocinada pelo C.R São Cristóvão, o prenúncio do que estava por vir: já com duas yoles o Vasco consegue seis primeiros lugares.

No ano seguinte, a maioria da flotilha é substituída, faltando apenas a Yole 8 necessária para a disputa da prova máxima que vale o campeonato. Mesmo assim são conquistados os primeiros troféus, em regatas oficiais, da história do clube nas provas clássicas Jardim Botânico e Sul América. Na foto abaixo, as duas primeiras taças.

O primeiro campeonato – 1905

Com três anos de paz política, uma centena de remadores inscritos na União, uma nova flotilha e um quadro social motivado, o Vasco estava pronto para vencer. Na regata de junho, cinco primeiros lugares. Na seguinte seria disputada a prova do campeonato e foi nesse dia, 24 de setembro de 1905, que a Yole 8 “Procellaria” deslizou nas águas da Enseada de Botafogo e deu ao Vasco o primeiro título de sua história. Além dessa prova, o clube ganhou mais quatro primeiros lugares na memorável regata.

Assim como no futebol em 1923, na primeira vez que disputava a prova máxima do campeonato, o Vasco prevalecia sobre os demais. Era a consagração, o primeiro dos milhares de títulos que ganharia nos mais de 100 anos seguintes.

Feitos históricos - 1906

Na temporada de 1906, o Vasco continuou arrasador e a Procellaria novamente conquista a prova do campeonato. É o bi campeonato de remo. O clube que nasceu para ser pioneiro, e que no futuro seria o precursor de tantos feitos históricos, além de ser campeão de 1905 na primeira vez que disputava o campeonato, no ano seguinte se torna o primeiro bi campeão de remo da história. O título é comemorado com grande festa, já na nova Sede de Santa Luzia. Confira abaixo um vídeo sobre a região de Santa Luzia e o começo do remo no Rio de Janeiro.

O Vasco incomoda a elite - 1907

Em 1907, o clube buscava o inédito tri, mas a ausência de alguns remadores bi campeões impedem a conquista do título. Porém o remo não pára e a flotilha é reforçada com novos barcos italianos, os melhores de então. O título não veio, mas esse ano marcou a primeira vitória do Vasco fora do Rio de Janeiro. Em regata patrocinada pelo Clube Esperia de São Paulo, a Yole 4 “Alcyon” não teve adversários no páreo e trouxe a primeira taça interestadual para Santa Luzia.

Na última regata do campeonato do Rio de Janeiro, o Vasco conquista cinco primeiros lugares. Um deles na prova de honra C.R Flamengo, o mesmo clube que estava patrocinando a competição. Curiosamente essa agremiação, apesar de ter sido fundada antes do Vasco, só conseguiu ser campeã onze anos depois do primeiro título do clube e mesmo assim após promover um golpe contra os remadores do Vasco. Também não é demais lembrar que até hoje esse clube é mais tradicional freguês vascaíno das regatas.

Assombrados com a espetacular ascensão vascaína, os clubes da elite aprovaram na Federação de Remo uma reforma que excluía do esporte algumas classes de trabalhadores do comércio. Já em 1907 o Vasco incomodava aqueles que não conseguiam aceitar a derrota para um clube de raízes luso-brasileiras e de comerciantes. Ainda faltava nessa fórmula do preconceito, o “componente negro”, que só seria acrescentado em 1923, mas como se vê, a perseguição ao Vasco é antiga.

Porém foi inútil a tentativa de atingir o Vasco, este se posicionou de maneira imponente e evitou que o remo ficasse restrito aos filhos da aristocracia. Essa Reforma da Exclusão nunca foi aplicada. Ninguém melhor para explicar a atitude do mais democrático clube do mundo do que o Secretário Manoel Dias Ferreira, que disse no relatório de 1907: “... honroso e altaneiro colocou-se (o Vasco) na vanguarda da defesa de direitos daqueles a quem se pretendia despojar, dos que conquistaram de viseira erguida e peito descoberto. O Vasco foi vencedor. Os remadores do Vasco não foram atingidos.“

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