Data da publicação: terça-feira, 21 de setembro de 2010
Postado por Aqipossa Informativo
Um esculacho de verdade - Parte II
Ontem, o AQIP deu uma resposta bem dada, não só ao Sr. Jean, com quem muito se debateu, mas também a qualquer flamenguista que tenha o pensamento igual ao dele. Se você não leu, faça-o agora clicando aqui: http://aqipossa.blogspot.com/2010/09/um-esculacho-de-verdade-parte-i.html
Foi colocado um link (http://mundobotafogo.blogspot.com/2010/03/odio-que-nao-e-gratuito.html) também sobre um depoimento no blog Mundo Botafogo, mas também foi avisado que estaria na íntegra aqui hoje. Então vamos lá:
Por João Ignácio Muller
Botafogo em Debate
Lá pela altura do quarto ano de Medicina, tive uma cadeira denominada “Psiquiatria aplicada à Clínica”, brilhantemente ministrada pelo Prof. Mira y Lopez. Hoje em dia, creio que com a deteriorização do ensino médico no país, tal matéria saiu do curriculum das faculdades.
Lembro-me que numa de suas aulas fascinantes, o velho mestre nos ensinava que “os complexos adquiridos na infância, eclodiriam mais tarde, especialmente sob a forma de inconformismo diante de situações que os recordavam”... Nada mais oportuno e verdadeiro para definir a maneira com que parte da imprensa do Rio de Janeiro, se porta em relação ao Botafogo de Futebol e Regatas.
Essa parcela da imprensa, especialmente aquela constituída de simpatizantes do CR Flamengo, guarda do Botafogo uma sequência de más recordações originadas no seu passado, que vêm no presente momento se manifestar sob a forma de imprecações e agressões as mais diversas possíveis. O maior contingente dos jornalistas que se comprazem em tentar diminuir e amesquinhar a glória do Botafogo, ou tem hoje idade compatível com a geração Garrincha / Jairzinho, ou pertence a famílias que lhes passaram seus evidentes e insofismáveis recalques.
De 1957 a 1970, quando essa geração oscilava na casa dos 15/30 anos, as equipes do Botafogo se acostumaram a derrotar o rival sucessivamente, tendo o mesmo experimentado longos períodos sem uma vitória sequer sobre o alvinegro. Primeiramente a geração de Garrincha, Didi, Paulo Valentim, Amarildo, Nilton Santos, Quarentinha e outros, sucedida pela de Jairzinho, Roberto Miranda, Sebastião Leônidas, Gerson Nunes, Rogério, Paulo César e tantos mais, fartou-se de surrar (o termo é realmente esse), as equipes do clube da Gávea.
Na década de 60, um ex Presidente do Flamengo, o sr. Dunshee de Abranches, nos domingos em que o Botafogo enfrentava o Flamengo, levava seus dois filhos para Petrópolis, não os deixava sequer escutar o rádio, para que não fossem influenciados pelas sucessivas derrotas a que seu clube era exposto nos confrontos com o Glorioso. Essa geração e a geração de seus filhos, cresceu num ambiente de verdadeiro terror, digno dos melhores filmes de Frankenstein ou do Conde Drácula...
Nem no período chamado de “ouro” do futebol rubro negro, na década de 80, conseguiram repetir o que haviam passado com os super times do Botafogo. Para amainar um pouco sua evidente frustração, começaram a celebrar estranhas glórias de pretensos ídolos, criadas e desenvolvidas nas mentes doentias de seus correligionários.
Para tanto chegaram ao cúmulo de transformar um turno extra do campeonato carioca de 1979 em “terceiro turno” e passaram a se declarar “tricampeões“ (1978/79/79).
Dezessete anos depois o Botafogo venceu competição semelhante, um campeonato carioca “extra”, e nem por isso a FERJ o reconheceu como bi campeão em 1996/1997...
Em 1981, quando a FIFA já não organizava mais os campeonatos mundiais de clubes, fato esse publicamente reconhecido, disputaram uma partida única em Tóquio contra o Liverpool, num jogo que ficou conhecido como “Troféu Toyota”, e passaram a se intitular... ”Campeões Mundiais de Clubes”... A FIFA deixou de patrocinar tal competição em 1979 e só voltou a realizá-la na década de 90, o que torna tal assertiva sem o menor valor legal.
Seis anos depois, recusaram-se a disputar com o Sport Club Recife os dois jogos que indicariam o campeão brasileiro daquele ano e se auto proclamaram... ”Campeões Brasileiros de 1987”...
Mas nada foi tão contundente para a geração recalcada, do que assistir inerte e perplexa o fracasso retumbante de seus “abençoados ídolos”, no panorama esportivo do futebol brasileiro e mundial.
Nem Zico e muito menos Leandro, Júnior, Adílio ou Andrade, conquistaram um mísero título sequer importante para a seleção brasileira, nos quase doze anos em que lá estiveram sob a luz dos holofotes, incensados e bajulados.
Muito pelo contrário, foram todos eles sem exceção, sinônimos de derrotas e fracassos nas seleções que integraram nas Copas do Mundo de 1978/82 e 86. Fracassos e derrotas que se repetiriam no período em que atuaram no campeonato italiano, onde colecionaram insucessos os mais variados... A ponto dos jogadores Andrade e Júnior concorrerem ao título de “bidone” do ano, que na imprensa esportiva italiana significa o “perna de pau” daquela temporada...
Lembro-me perfeitamente de meu querido amigo Cláudio Coutinho, rubro negro de coração e treinador da seleção brasileira na Copa da Argentina, na varanda do Clube dos Marimbás em Copacabana me dizendo que “Zico era, na sua opinião, a maior decepção que havia tido como treinador”...
“Esse rapaz não tem espírito de seleção”... me contava ele… E só para lembrar os mais “esquecidos”... em 1978 o decantado ídolo saiu do Brasil como titular e no meio da competição foi para o banco dos reservas barrado por Jorge Mendonça... em 1982 em pleno estádio do Sarriá, na partida em que a Itália nos eliminou, sumiu de campo no segundo tempo, e em 1986, jogou nas mãos do goleiro francês o pênalti que classificaria a seleção brasileira...
Todo esse conjunto de coisas explica detalhadamente o comportamento primário da facção rubro negra da imprensa esportiva em relação ao Botafogo.
Como aceitar que na seleção dos onze maiores craques do século XX, eleita pela FIFA, lá estejam dois jogadores do Botafogo (Garrincha e Nilton Santos), de um total de quatro brasileiros (mais Pelé e Carlos Alberto Torres)?
Como aceitar que o maior crítico de futebol da imprensa mundial, assim reconhecido internacionalmente, o francês Gabriel Hanot, tenha declarado que os cinco maiores times de futebol do mundo de todas as épocas tinham sido as seleções brasileira de 1958, a húngara de 1954, o Real Madrid de Di Stefano, Del Sol e Gento, o Santos de Pelé, Coutinho, Zito, e... o Botafogo de Didi, Garrincha e Nilton Santos?...
Como “engolir” o fato de que no fantástico estádio Santiago Bernabeu do Real Madrid, numa de suas salas dedicadas à memória do futebol, um gigantesco painel traz as fotos dos 22 maiores e mais importantes atletas que chutaram uma bola... E lá estão três do Botafogo – Nilton Santos, Didi e Garrincha, na companhia de Maradona, Puskas, Johan Cruyff, Bechenbauer, Pelé, Rivelino, Di Stefano e outros… E quantos ali representam ou jogaram pelo CR Flamengo? Nenhum... nem unzinho...
Como aceitar que o Brasil se tornou penta campeão mundial de futebol, tendo nas três primeiras conquistas a base de jogadores do Botafogo, sendo que na Copa de 62, cinco titulares pertenciam ao clube de General Severiano?
Como aceitar que Mané Garrincha seja considerado por unanimidade um dos três maiores jogadores de futebol da história, junto com Pelé e Maradona?
Como aceitar que num outro imenso painel, no local reservado aos “grandes times do futebol mundial”, no Stade de France em Paris, os três clubes brasileiros ali postados são o Santos, o Botafogo e o S. Paulo, nessa ordem?
Como aceitar que com toda a cobertura infame que lhe dá a maior rede de TV do país, não consigam ter o carisma e a História dessa maravilhosa Estrela Solitária?
Não... Decididamente não... É demais para mentes tão mesquinhas e perturbadas. Por não terem argumentos para refutar a veracidade de tais argumentos, partem para a agressão descabida, o insulto gratuito, na tentativa ridícula de diminuir e depreciar nossas conquistas. Mas, por mais que tentem, que tenham anti orgasmos, a expulsar seu gozo espúrio pelas orelhas, jamais o conseguirão. São todos sem exceção produto de um recalque infanto juvenil, que explodiu na idade adulta como um furacão de complexos.
Tenho de todos eles uma infinita pena. Conferem-me a nítida impressão de um bando de órfãos desamparados, buscando um pouso nas suas existências... uma manada de animais enfurecidos e acéfalos à caça de uma razão para existir... Recomendaria a cada um desses, um bom período de análise com um competente psicanalista. Talvez isso pudesse devolver às suas vidas a paz perdida, através de um interminável complexo de inferioridade...
Voltando a mim,
Acho que essa conversa já se estendeu demais, não vai levar a nada, pois ninguém aceita perder, por mim, pode responder o que quiser, podem continuar se engalfinhando, que aproveitarei para por como mais uma "atração" no blog, mas provavelmente não falarei mais nada. Tal qual o Valdomiro.
Agradeço pela atenção de todos, e que tenhamos em outras oportunidades, debates como este, inclusive sobre outros assuntos. O Blog do Aqip está aberto a todo o tipo de acesso nos comentários das postagens. Fiquem à vontade.
Mas embora não tenha restado pedra sobre pedra, essa conversa ainda vai continuar com mais dois participantes que estavam calados até agora. Amanhã, continuem lendo...