Data da publicação: quarta-feira, 12 de maio de 2010
Postado por Aqipossa Informativo
Mimi Sodré
Flávio Ramos relembra, em entrevista citada por Castro em 1951, fatos pitorescos dos primeiros anos do Botafogo do futebol, tais como “Mimi Sodré querendo ingressar no clube e sendo recusado por ser criança de calças curtas”. Porém, Mimi Sodré acabaria sendo duas vezes campeão carioca pelo alvinegro em 1910 e 1912.
Em 1910 Mimi Sodré foi o terceiro artilheiro do Botafogo no campeonato carioca com 11 gols, em 1912 foi artilheiro com 12 gols e em 1913 alcançou a artilharia assinalando 13 gols.
Mimi Sodré ganhou também o Troféu Interestadual Rio-São Paulo, em 1910, integrando a equipa que venceu o Palmeiras por 7x2, assinalando um gol.
Personagem multifacetada, jogava na ponta esquerda, representando, entre 1910 e 1916, o América, o Botafogo e a Seleção brasileira, na qual jogou duas vezes em 1916 e marcou um gol, precisamente na vitória por 1x0 sobre o Uruguai, no Parque Central, em Montevidéu. Mas, além disso, foi escoteiro e oficial da Marinha.
Efetivamente, Mimi tornou-se uma referência na história do escotismo brasileiro, sendo aí conhecido por ‘Velho Lobo’, porque participou da fundação dos ‘Escoteiros do Mar’, da União dos Escoteiros do Brasil e outros grupos, bem como foi autor, em 1925, do ‘Guia do Escoteiro’. Dentre vários títulos e medalhas, o ‘Velho Lobo’ foi designado ‘Cidadão Honorário do Rio de Janeiro’, bem como de outros Estados, e presidente da ‘Ordem do Tapir de Prata’, a mais alta condecoração do escotismo brasileiro. Por isso o nome do Almirante Benjamim Sodré designa grupos de escoteiros, ruas e outros espaços públicos.
Por outro lado, Mimi Sodré realizou uma importante carreira na Marinha desde a sua entrada para a Escola Naval, na qual se diplomou com distinção e exerceu as disciplinas de Astronomia, Navegação e História como professor. Em 1913 ele sobreviveu a um naufrágio do rebocador Guarani, chefiou a Comissão Naval Brasileira durante a II Grande Guerra Mundial e atingiu o posto de Almirante em 1954.
A personalidade deste destemido botafoguense ficou bem patente durante um jogo em que representava o time militar brasileiro contra o Chile, quando Mimi pediu ao juiz que anulasse um gol seu num lance em que a bola lhe batera na mão e entrara na baliza. Esta e outras atitudes semelhantes fizeram com que Mimi Sodré fosse considerado o mais honesto craque do futebol brasileiro.
