Data da publicação: sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Postado por Aqipossa Informativo
É o fim do futebol e a maioria aceita passivamente
É esse o momento que o futebol brasileiro vive, potencializado pela quebra do Clube dos 13. (...) Corinthians e Flamengo, pelo apelo popular e de mercado, têm cada vez mais ferramentas para aumentar sua grandeza, enquanto os [outros] são obrigados cada vez mais a aceitar sua “pequenez”. Um princípio de monopólio (na verdade, oligopólio) nos clubes que se construiu em cima do monopólio da TV. E muita gente não só acha isso normal, como acha que é certo, sob a lógica do “se eles têm mais torcida, merecem mais dinheiro”.
Será que é realmente assim que se faz um mercado (...) esportivo sólido e sustentável? Em diversos setores da economia, o governo tem mecanismos para promover a competição e que várias empresas tenham condições de competir para oferecer produtos melhores e mais baratos possíveis ao público. Se o cenário induzir um indivíduo a trocar de pasta de dente, ele o fará. No esporte, o torcedor não troca de “marca” porque a outra é mais barata ou tem “embalagem” mais chamativa. Ele tem uma fidelidade maior até que a dos devotos de Steve Jobs pela Apple.
Essa imobilidade do público torna o caso do futebol ainda mais delicado. Não criar condições para que todos os clubes sejam sustentáveis e consigam competir com um mínimo de dignidade é alijar do mercado uma multidão de pessoas. Elas não trocarão o Sport ou o Coritiba por Flamengo ou Corinthians se suas marcas preferidas se tornarem inviáveis. Eles se tornarão órfãos de clubes, não consumidores. E não é inteligente ao futebol brasileiro, como indústria, dar de ombros para milhões de clientes.
Ainda que algumas pessoas reclamem, a questão do monopólio não parece cativar o brasileiro como um todo. Não motiva protestos ou demandas por uma regulação mais equilibrada dos mercados. Só nos centros acadêmicos de universidades de humanas que se protesta contra a Globo. Ninguém fez manifestação contra a AmBev ou criou debates públicos no caso Pão de Açúcar-Casino-Carrefour. Talvez porque, se tivesse dinheiro para fazer o que bem entendesse, muita gente gostaria de viver em um ambiente em que pudesse se impor economicamente sobre os demais. E, se ele faria isso, acha justificável que quem pode o faça.
Por envolver paixões, o monopólio do futebol pode causar algum tipo de comoção pública em médio prazo. E, se isso acontecer, é preciso que siga em frente, que não se perca de vista que é o mesmo fenômeno que já toma diversos setores da economia brasileira.
Ubiratan Leal
Será que é realmente assim que se faz um mercado (...) esportivo sólido e sustentável? Em diversos setores da economia, o governo tem mecanismos para promover a competição e que várias empresas tenham condições de competir para oferecer produtos melhores e mais baratos possíveis ao público. Se o cenário induzir um indivíduo a trocar de pasta de dente, ele o fará. No esporte, o torcedor não troca de “marca” porque a outra é mais barata ou tem “embalagem” mais chamativa. Ele tem uma fidelidade maior até que a dos devotos de Steve Jobs pela Apple.
Essa imobilidade do público torna o caso do futebol ainda mais delicado. Não criar condições para que todos os clubes sejam sustentáveis e consigam competir com um mínimo de dignidade é alijar do mercado uma multidão de pessoas. Elas não trocarão o Sport ou o Coritiba por Flamengo ou Corinthians se suas marcas preferidas se tornarem inviáveis. Eles se tornarão órfãos de clubes, não consumidores. E não é inteligente ao futebol brasileiro, como indústria, dar de ombros para milhões de clientes.
Ainda que algumas pessoas reclamem, a questão do monopólio não parece cativar o brasileiro como um todo. Não motiva protestos ou demandas por uma regulação mais equilibrada dos mercados. Só nos centros acadêmicos de universidades de humanas que se protesta contra a Globo. Ninguém fez manifestação contra a AmBev ou criou debates públicos no caso Pão de Açúcar-Casino-Carrefour. Talvez porque, se tivesse dinheiro para fazer o que bem entendesse, muita gente gostaria de viver em um ambiente em que pudesse se impor economicamente sobre os demais. E, se ele faria isso, acha justificável que quem pode o faça.
Por envolver paixões, o monopólio do futebol pode causar algum tipo de comoção pública em médio prazo. E, se isso acontecer, é preciso que siga em frente, que não se perca de vista que é o mesmo fenômeno que já toma diversos setores da economia brasileira.
Ubiratan Leal
Fonte: http://www.balipodo.com.br
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