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Data da publicação: domingo, 7 de outubro de 2012
Postado por Aloisio

Goleada


Tricolores de sangue grená, e o líder segue mais líder do que nunca, eficiente como sempre. Entra rodada, sai rodada, e mantemos uma regularidade ímpar. Show? Não, não damos show (em que pese a torcida sempre exaltar o time). Ganhamos os jogos. A brincadeira não é a de botar a bola na rede? Vitória não dá os 3 pontos? Pois então, com 18 vitórias em 28 jogos, e um aproveitamento de mais de 73%, fazemos isso como nenhum time jamais fez até então (excluindo-se o São Paulo de 2007, que também tinha 62 pontos em 28 partidas, com aquela defesa sinistra composta pelo Breno, lembram?). Como andam falando por aí, o Fluminense de hoje é um time traiçoeiro. Quando ele entra em campo e começa o jogo, o adversário franze o cenho, pensa imediatamente “esse aí é que é o líder?”, e cai na esparrela de nos atacar com tudo, achando que pode ganhar o jogo. Enquanto isso, o Fluminense troca balas, mas de modo discreto, sem dar a entender que pode realmente ameaçar o adversário. E quando ele vacila, pimba! Bola na rede, quase sempre invariavelmente com o Fred, que nasceu mesmo pra fazer gols.

O jogo de ontem não foi em nada diferente da maioria das rodadas. Entramos contra um adversário que historicamente enche nosso saco – em que pese a freguesia – e tínhamos que vencer, pois os adversários pegavam, em teoria, jogos mais fáceis. Só nós disputávamos um clássico regional, que é sempre mais difícil. E o Botafogo, embora eu não acredite nisso, ainda luta por uma vaga na Libertadores, então, tinham que vencer, e entraram pressionados, pois o Vasco venceu o seu jogo fora de casa, e colocou mais três pontos de frente. Assim, Diego Cavalieri, o nosso homem de gelo debaixo das traves, trabalhou intensamente nos primeiros minutos de jogo, salvando-nos em três oportunidades. Ali, o líder do campeonato já mostrava suas credenciais. Como o Abel bem disse em sua entrevista coletiva após o jogo, o Oswaldo de Oliveira não é bobo. O Botafogo jogou sem um homem de referência, e os que vinham de trás revezavam toda hora na função. Desta forma, a nossa zaga teve muitas dificuldades para acertar a marcação. O jogo ficou menos intenso no primeiro tempo depois do ímpeto inicial do Botafogo, que tirou o pé do acelerador, mas também por mérito do Flu em cozinhar o jogo, trocando passes e esperando a hora certa. Mas a marcação do time alvinegro continuava muito boa, e eles não nos deixavam jogar. E, durante todo o primeiro tempo, o líder fingiu-se de morto.


No intervalo, Abel orientou o time e acertou o posicionamento da zaga. Melhoramos de forma absurda e voltamos muito melhores, roubando mais bolas e atacando com mais eficiência. Não fossem as péssimas fases de nossos laterais, provavelmente já teríamos aberto o placar mais cedo. Assim, o Botafogo tentava, alçando bolas, enquanto nós saíamos para o contra-ataque e, por muitas vezes, a linha de impedimento nos traiu. Porém, bastou apenas um deslize da defesa adversária para Fred lançar Wellington Nem, que avançou e esperou Fred se posicionar, na área, para fazer o passe que se transformou em gol nos pés do artilheiro do campeonato: 1 a 0. A partir daí, meus amigos, o que se viu foi o tradicional “abafa”, motivado pelo desespero do Botafogo para tentar empatar a partida e algumas boas chances em contra-ataque (uma com Thiago Neves e outra com Marcos Jr.) que desperdiçamos. Após o gol, Abel mexeu, tirando Wellington Nem, que era dúvida para a partida e jogou bastante tempo até, e colocou Marcos Jr., que ainda não voltou à fase que vivia antes de se lesionar. Ao ver a pressão alvinegra, Abel também mexeu no meio, trocando Deco por Valencia, para reforçar a marcação. Os alvinegros reclamam de um lance, quase no fim do jogo, de pênalti em toque de mão do colombiano. Bitch, please... ele estava com a mão junto ao corpo, e não ia adivinhar a tentativa bizarra de passe do jogador do Botafogo. Outro lance que gerou polêmica foi um suposto cotovelo de Fred numa bola dentro da área, mas, a meu ver, também foi involuntário. Ele já estava indo em direção a bola pra colocá-la pra fora com o próprio corpo, só deu azar de ela triscar no seu cotovelo. Ainda houve tempo para tirar Thiago Neves – mais uma vez inoperante – para colocar Wagner em campo. Não houve tempo para mais nada de relevante, e o resultado se manteve.

Agora restam apenas 10 rodadas, meus amigos. O campeonato vai chegando ao seu término e, como bem lembrou o Abel, para nós faltam apenas 9 partidas, devido à diferença de pontos para o Galo. Vamos pegar Bahia (fora), Ponte Preta (casa), Grêmio (casa), Atlético-MG (fora), Coritiba (casa), São Paulo (fora), Palmeiras (fora), Cruzeiro (casa), Sport (fora) e Vasco (casa). Projetando de modo realista os pontos a serem conquistados e desprezando possíveis derrotas, acredito que empatamos com o Bahia, vencemos Ponte Preta e Grêmio, empatamos com o Atlético-MG, vencemos o Coritiba, empatamos com São Paulo e Palmeiras, vencemos o Sport e empatamos com o Vasco. Com isso, conseguimos mais 17 pontos, indo a 79 pontos. Em 2007, o São Paulo foi campeão com 77 pontos, e por antecipação, se formos lembrar. Claro, podemos perder um ou dois desses jogos em que apostei no empate, bem como podemos vencer alguns deles (principalmente Bahia e Palmeiras). Então, os prognósticos são bons. Basta manter a eficiência. O título de minha coluna (Goleada) é justificado quando analisamos o restante da rodada. Vasco venceu o Atlético-GO fora de casa no fim do jogo por 1 a 0, o Grêmio bateu o Cruzeiro de virada no Olímpico e o Atlético-MG goleou por 6 a 0 o pobre Figueirense no Independência. TODOS os nossos adversários pelo título (em que pese eu já ter dito que não acredito que o Vasco chegue) venceram e, logo, o resultado de vitória para nós, ainda que pelo placar mínimo, ainda que por 1 a 0, foi uma sonora goleada em termos de campeonato. O Fluminense é líder exatamente por conseguir vencer quando os rivais vencem, e continuar vencendo quando eles tropeçam. Poucos foram os nossos tropeços até aqui, e é essa campanha maravilhosa que justifica nossa posição na tabela de classificação. Aliás, nossa campanha repleta de “uns a zero” lembra muito aquele “Timinho” da década de 50, super vitorioso, mas que se acostumou a ganhar boa parte das partidas pelo placar mínimo. Epítome de eficiência, como o plantel atual. O tetra é logo ali!



Gostaria de chamar a atenção para a arbitragem do jogo. Ela não foi ruim, embora tenha havido lances em que os árbitros (não só o principal, mas também os bandeirinhas) se equivocaram, para ambos os lados. Todavia, os lances em que o Botafogo reclama não procedem, e o cartão amarelo para Seedorf, no primeiro tempo, foi merecido. Não tivesse ele feito aquilo (poderia ter apenas avisado a arbitragem), o cartão seria aplicado para o jogador do Fluminense que havia tirado a bola do lugar para cobrar mais à frente (inclusive, isso é relativamente comum, então, não sei o porquê de tanto escândalo).

Aproveitando o ensejo, foram lamentáveis as declarações do presidente do BFR, Maurício Assumpção, sobre o pedido que o Fluminense fez para jogar a partida contra a Ponte Preta no Engenhão. Ao falar “- Quer jogar com a Ponte no Engenhão? Negativo. Vai para Volta Redonda onde estão perdendo alguns pontinhos”, Assumpção demonstrou uma incrível pobreza de espírito que, aliás, não é novidade. Lembram-se do papelão que ele fez quando o Botafogo venceu a Taça Rio desse ano? Enfim, gostaria de lembrar ao mandatário alguns detalhes. Primeiro, o estádio NÃO É do Botafogo. Ele foi construído com dinheiro público, e está arrendado, o que é bem diferente. Assim sendo, ele deveria atender aos interesses do povo carioca, que pagou, com impostos, pela sua construção. E entre eles, estão, claro, os torcedores do Fluminense. Segundo, o Fluminense não joga de favor ou de graça. PAGAMOS para jogar lá, como pagávamos para jogar no Maracanã. Assim, me parece um contrassenso não querer ganhar uma graninha extra pelo uso do estádio, já que seu time não disputa nada. Se estivesse envolvido numa competição Sul-americana, ou brigando pelo título da competição, ou se até mesmo estivesse hoje na condição que está o Vasco, seria compreensível, embora a ironia fosse dispensável. Parece-me pura birra com o Fluminense, por conta do time dele ter perdido o título carioca desse ano de forma acachapante, com uma goleada logo no primeiro jogo. Terceiro, nossa campanha em Volta Redonda vai muito bem, obrigado. Só perdemos uma partida, e temos jogado lá como jogamos no Engenhão. Ao menos, Volta Redonda tem o privilégio de ver o líder jogar. De todo modo, não se preocupe, Sr. Assumpção. O Vasco, que pensa e age como time grande, emprestará São Januário ao Fluminense para o jogo com a Ponte Preta, mesmo disputando vaga para a Libertadores e – pela visão deles, que eu respeito – envolvido na disputa pelo título. Fique tranqüilo, Sr. Assumpção, pois a partir da reabertura do Maracanã, o senhor precisará se preocupar muito menos em ver o Fluminense ganhar títulos no “seu” estádio. Aí, poderá começar a se preocupar em como arrumará verba para sustentar o Engenhão só com o público da torcida do Botafogo.

É claro que seria muito melhor se tivéssemos um estádio próprio para jogar, e é isso que o Projeto Arena defende. Então, tricolor, faço um apelo: se você quer ajudar o Fluminense a ter a sua própria arena, acesse o blog do Projeto Arena, nossa comunidade no Facebook e informe-se. Precisaremos de todos. Só a união dos torcedores do Fluminense fará com que esse sonho se torne realidade.



Hoje temos a seção “como educar seu filho em relação ao futebol” mais uma vez.

Como educar seu filho em relação ao futebol - Parte 2:

FILHO: Papai, eu falei tudo o que o senhor disse sobre o mengão lá na escola, mas fiquei sabendo que ninguém tem mais títulos que o Flamengo!

PAI: É mesmo, filho? De que títulos lhe falaram?

FILHO: Ah, disseram que o mengão é hexacampeão brasileiro!

PAI: Hexacampeão? Muito me estranha isso, meu filho... se você um dia tiver o desprazer de visitar a sala de troféus do Flamengo, não vai conseguir encontrar a taça de campeão brasileiro de 1987, pois está na sala de troféus do Sport Recife. O Flamengo é, no máximo, pentacampeão brasileiro, e com algumas ressalvas, como os títulos de 1982 e 1992, os quais são questionados até hoje por conta de “erros” de arbitragem. E de mais a mais, o Flamengo só tem tradição nacional a partir do fim da década de 1970. Quando ele foi campeão brasileiro, todos os outros grandes do Rio já haviam sido campeões nacionais.

FILHO: Ah... mas o Flamengo tem a hegemonia de títulos no Rio, não é, pai?

PAI: Na verdade, não, meu filho. O Flamengo está empatado em número de títulos estaduais com o Fluminense (31 a 31). O que acontece é que a mídia considera o título “extra” de 1979, que recebeu o nome de “Taça Organizações Globo”. Assim, eles têm a castimanha de comemorar um “tricampeonato” em dois anos apenas. O que a mídia não conta é que, se considerarmos títulos “extras”, a hegemonia é do Fluminense, com 34 títulos, contando esse total, contra 32 dos urubus. Fora que eles terminaram em último lugar no estadual de 1933 e não foram rebaixados...

FILHO: Não sabia disso... mas o mengão já ganhou a Libertadores!

PAI: É filho, mas essa Libertadores, além de estar enfraquecida, foi permeada com escândalos, como o famoso jogo Atlético-MG 0 x 0 Flamengo, em que o José Roberto Wright, que viajou com o Flamengo e inclusive ficou no mesmo hotel acabou por expulsar meio time do Galo e encerrar o jogo, dando a vaga ao Flamengo. Após esse jogo, só times fracos apareceram pelo caminho do Flamengo. E em termos de Libertadores, o Vasco tem também um título, além do Sul-Americano de 1948, reconhecido como uma Libertadores pelos especialistas. Competições como a Copa Conmebol ou a Copa Mercosul não tiveram o mesmo peso. Logo, pode-se dizer que o Flamengo foi menos vezes campeão sul-americano que o Vasco.

FILHO: Mas... mas pai... o Flamengo já foi campeão do mundo!

PAI: Foi campeão de um torneio decidido em um jogo só, organizado por uma montadora de veículos, entre o campeão sul-americano e o campeão europeu, um torneio amistoso chamado de European-South American Cup (Copa Européia-Sul-Americana). Logo, é mais correto chamá-lo de campeão intercontinental, já que outros clubes não puderam participar da competição. E essa competição nem teve a chancela da FIFA, diferente do Mundial de 1952, vencido pelo Fluminense, por exemplo. Ainda que as competições anteriores a 2005 não sejam reconhecidas adequadamente pela FIFA nos dias de hoje, se considerarmos todas as competições com caráter “mundial” e incluirmos esta, o Flamengo também foi o último dos times do Rio a vencer uma. O Flu venceu em 1952, e Vasco e Botafogo também venceram competições de caráter mundial bem antes do Flamengo ganhar esse torneio amistoso.

FILHO: ...

PAI: Não se preocupe, filho. Você não é o primeiro a ouvir essas mentiras. Agora, entenda algo. O time que você escolhe para torcer não necessariamente define o seu caráter, mas todo clube tem uma história, e ela carrega consigo valores. O comportamento da torcida também carrega esses valores. Então, seja qual for o clube que você escolher para torcer, verifique seus valores antes, estude sua história. Essas mentiras que você ouviu dão uma noção dos valores da torcida que as conta. E isso é só o começo...


● Verde da Esperança

- O Fred vai te pegaaaaar! Bruno Mineiro não bate pênalti? Bruno Mineiro não joga em time grande! Geninho faz-me rir.
- Cara, Edinho fez um partidaço. Está jogando pra caramba. Boa surpresa, embora eu ainda prefira o Valencia. Mas vou passar a gritar o nome dele hehe.
- Diego Cavalieri. Nada mais.
- Wellington Nem jogou com o joelho baleado e ficou em campo até dar o passe para o gol. Chinelinhos, aprendam com ele!
- Gum e sua regularidade nos levarão ao título.


● Branco da Paz

- Dessa vez a torcida compareceu em peso. Se a do Bota tivesse feito a sua parte, lotaríamos o estádio.
- Deco jogou em “modo de repouso”. No próximo jogo ele arrebenta de novo.
- A arbitragem não comprometeu, embora tenha cometido alguns erros. Mas não nos roubou, pelo menos.
- Jean tem andado mais discreto do que antes, mas vem sendo menos exigido também. Quando for exigido, vai brilhar.


● Grená do Vigor

- Bruno e Carlinhos... junta ambos e não sai meio lateral atualmente... putz.
- Marcos Jr., você quer ser titular assim? Chutando desequilibrado, tomando cartão amarelo de bobeira...
- Thiago Neves, Thiago Neves... só vi você aparecendo no jogo naquela falta patética que bateu na barreira e ao perder um gol embaixo das traves praticamente...
- Abel, aprendeu né? Colocou o Valencia em vez do Diguinho!


Faltam 10 rodadas pra gritar “É campeão”! Acredita, Fluzão!



Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.

Esta coluna foi publicada originalmente no dia 07/10/2012, no blog do Projeto Arena:

http://arenafluminense.blogspot.com.br/2012/10/goleada-tradicao-em-verde-branco-e-grena.html

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