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Data da publicação: quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Postado por Aqipossa Informativo

Década de 40


Em http://www.semprevasco.com.br

O maior mestre da música erudita brasileira, por três anos, de 1940 a 1942, regeu dezenas de milhares de crianças no gramado de São Januário. No estádio eram realizadas as maiores manifestações cívicas do Governo Vargas. Por essas e outras, São Januário não é apenas um estádio de futebol, é também um marco na sociedade brasileira, tamanha a carga histórica que o estádio possui.

A preocupação com a formação da criança e do adolescente não é novidade no Vasco. A idéia da criação do Departamento Infanto Juvenil remonta ao ano de 1933, quando ocupava a presidência o Dr. Vítor de Moraes, porém a intenção não foi adiante devido à dívida da construção de São Januário. Na época o professor Levy de Magalhães ensinava basquete para o grupo de escoteiros do clube, esses podem então ser considerados os primeiros infanto-juvenis vascaínos, ainda que o departamento permanecesse na imaginação de seus entusiastas.

Somente em 1941, por iniciativa de Aníbal Ferreira de Souza, deu-se o prosseguimento do projeto através da modificação estatutária que cria o DIJ, pelo menos no papel. Um ano depois, já com Cyro Aranha na presidência, o DIJ era finalmente criado, tendo o grande presidente escolhido como diretor o já citado Aníbal, que por sua vez indicou o antigo técnico Levy de Magalhães para a sub-diretoria. Esses dois grandes vascaínos seriam aqueles que dariam vida ao recém criado departamento.

A grande motivação da criação do DIJ foi à falta de atletas para equipes de vôlei e basquete, apesar dos 10.000 sócios que o Vasco dispunha, dentre estes 30% com idade perfeita praticar esportes, o clube não conseguia fazer dois times das modalidades citadas, tendo que buscar atletas em outras agremiações.

Um absurdo na visão de Aníbal Ferreira. Nada melhor do que concentrar a juventude vascaína em um departamento, esses seriam os atletas do amanhã. E foram. Dentre as dezenas de jovens vascaínos que se inscreveram nos primeiros meses do departamento, podemos ver os nomes dos irmãos Lamosa, com destaque para o velho Mário Lamosa, uma lenda do remo vascaíno.

As dependências do DIJ foram inauguradas em 18 de abril de 1943. Pouco depois o colunista Cascadura, de maneira profética, escreveria no Jornal dos Sports: “O Departamento Infanto-Juvenil do Vasco da Gama dentro de pouco contará com muitas centenas e talvez milhares de pequenos atletas. Cascadura era ninguém menos do que Álvaro do Nascimento, vascaíno histórico, o verdadeiro criador da frase símbolo do DIJ: Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”.

Tendo começado com apenas três esportes, o DIJ não parou de crescer, multiplicando as modalidades esportivas e realizando eventos sociais e culturais ao longo da sua existência. O DIJ é a célula mater do Clube de Regatas Vasco da Gama, que nesses mais de 60 anos deu milhares de títulos ao clube. E mais importante do que isso: formou vascaínos e cidadãos. Não poderíamos fazer esse especial sobre o Departamento Infanto-Juvenil sem citar alguém que pela sua trajetória no Vasco incorpora como ninguém o espírito do DIJ: D. Maria Emília, que por quase cinqüenta anos foi diretora do departamento.

O campeonato é uma guerra. A frase dita pelo técnico Ondino Vieira refletia seu espírito quando assumiu o Vasco em 1942, ano em que se completava seis temporadas de jejum de títulos no futebol. O uruguaio chegou pedindo três anos para armar novamente um time campeão e no prazo estipulado ele não somente fez isso como criou o primeiro grande time do futebol brasileiro: o mitológico Expresso da Vitória.

A história dessa máquina de jogar bola começa aqui, com a contratação do técnico que havia sido campeão no ano anterior pelo Fluminense e que passo a passo, jogador a jogador, fez do Vasco sinônimo de vitória nos anos 40 e começo dos 50, fama essa que ele não aproveitou na sua plenitude, porque após o campeonato de 1945 ele deixaria - por vontade própria - o comando do time.

O ano de 1945 prometia grandes alegrias para os vascaínos, mas antes do campeonato carioca começar, foi disputado o Torneio Municipal daquele ano, espécie de preparativo para a competição principal. O Vasco X Flamengo daquele torneio poderia ter ficado marcado como sendo um dos muitos clássicos ganhos pelo Expresso da Vitória na sua trajetória, que na época se iniciava. Poderia ter sido uma das muitas goleadas humilhantes aplicadas por aquele timaço ao longo dos anos.

Mas o Vasco 5X1 Flamengo de 6 de abril de 1945 entrou para a história como o começo da maior escrita de todos os tempos entre os grandes clubes do Rio. A partir daquele dia, os rubro-negros ficariam seis anos sem saber o que era ganhar do Vasco, porém nem tudo foi desgraça na Gávea dos anos 40: eles tiveram o privilégio singular de serem testemunhas dos feitos do Expresso da Vitória nos gramados do mundo.

Quando em terra nascia o Expresso da Vitória, campeão invicto da cidade, no mar o Vasco seguia absoluto. As guarnições vascaínas não souberam o que significava a derrota em 1945. Assim surgiu a primeira estrela da nossa bandeira, para comemorar o feito inédito de Campeão Invicto de Terra e Mar. O remo, tal qual o futebol, seguia forte.  No campeonato brasileiro da modalidade, a época disputado entre as federações estaduais, das sete guarnições que trouxeram o título para o Rio de Janeiro, seis eram do Vasco.

Nessa data também foram celebrados os 40 anos do primeiro título vascaíno da história, o campeonato de remo de 1905; fato que não passou despercebido pela diretoria da época, que mandou celebrar uma missa em homenagem aos velhos remadores, que confraternizaram com os heróis do futebol daquele ano. Era o passado e o presente se misturando. Aqueles que iniciaram e aqueles que davam continuidade a maior das tradições vascaínas: a glória. Na música, o Vasco continuava sendo tema, dessa vez com Iracy de Almeida.

Hoje em dia, como domínio do futebol brasileiro no cenário mundial, não é possível ter a exata noção do que o Vasco fez em 1948, porque houve uma época que o Brasil era coadjuvante no esporte e nenhum jogador do país havia levantado uma taça de campeão no exterior. Foi o Vasco o pioneiro, foi o Vasco o primeiro do Brasil – antes mesmo da própria seleção – a ganhar um torneio internacional em solo estrangeiro: o Campeonato Sul-Americano de 1948, a jóia maior do Expresso da Vitória.

Os argentinos davam como certa a conquista pelo River Plate, chamada na época de La Maquina, do campeonato disputado no Chile e parecia que os vascaínos correriam por fora da disputa, porém essa impressão era desfeita a cada jogo, a cada aula de futebol patrocinada pelo Vasco.

Na final, o 0 X 0 contra o favorito River trouxe para São Januário o espetacular Troféu Condor com uma campanha invicta. A imprensa chinela exclamou: “La Maquina fue Vasco”. Festa no Rio de Janeiro e no Brasil, era o Club de Regatas Vasco da Gama, tal qual o navegador português, chegando a lugares nunca antes alcançados. E se mais títulos houvesse, o Expresso os conquistaria.

Em 1996, por iniciativa de Eurico Miranda, a Conmebol oficializou a conquista, dando a ela status de Libertadores e o Vasco pôde disputar no ano seguinte a Supercopa, torneio reservado para aqueles clubes que já tinham conquistado o continente sul-americano.

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